segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Jardim Selvagem


Tem um jardim selvagem
Numa casa de algodão
Onde passeiam os segredos
Que só as fadas e bruxinhas
Podem alcançar
Lá elas cozinham olhando as árvores
Pelas janelas suspensas
Lavando as louças
Vão falando com os passarinhos
Colhendo o cacau que já madurou
Esperando o tempo do cupuaçu
Olhando as galinhas desengonçadas
Passeando felizes
Por debaixo das plantas que cobrem
Tantos outros bichos dali
Aquele cheiro de mata
Aquela temperatura
...o ambiente...
Já se comunicam todos
E o peito pede um suspiro fundo
Puro, só faz bem!
O rio já beira a cerquinha
Será que elas tocam o pé n’água?
Mais um pouco de chuva
Para tudo florir
Logo o tempo de ir bate na porta
Volta tudo pros lugares tortos
Atrás de mesas em cima do salto
Hora que se faz desejar o fim
Mas o tempo delas é circular
Então, já vi o algodão florindo
Envolvendo quem se deixa saber
Mostrando o caminho
Para a satisfação mais uma vez brotar


Amadio


* Faixa 7 do CD Bem que Podia

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Uno

Para Eliakin Rufino

Ele
me põe no lugar
e o lugar dele fica  tão bem
eu do lado
Com  ele o  sentir
do poeta é todo inteligente
faz pesquisa
depois que  borda e pinta
Só assim para saber
que o meu  José
sempre foi João
E a  gente deitado
cantando na cama
qualquer liberdade
Rufiniano vou procurando
o dia em que todos
ouçam o teu Diz.
Guia chegar
aos caminhos plurais
informa que há vida
inteligente na Amazônia
Nessa  nossa  mãe que tu
tão bem proclamas
nos saraus dos perdidos
Feito um cavalo selvagem
que da crias Odara
de cara, tão grande
com a musa Euterpe
trazendo na boca
teus ditos impopulares
 e de tão popular é
bom para educar.
A vida é bailarina na ponta dos pés
e eu sou o  alvo
e que fique bem claro
sempre me acerte, promete,
até no escuro
sempre certeiro
o bem, no coração

teu refúgio.
  

Amadio

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Divulgada a capa do CD Bem que Podia, da Poeta Amadio



Esta é a capa do primeiro CD da Poeta Amadio. Intitulado Bem que Podia, o disco, que reúne poemas recitados e musicados, tem lançamento previsto para março de 2014. Gravado em Porto Velho e Boa Vista de janeiro a agosto deste ano, o CD tem produção artística de Fabio Gomes e produção fonográfica de Luis Paulo Pinheiro e Thiago Maziero (ambos integrantes da banda Kali e os Kalhordas). Todos os músicos da banda 'Kalhordas' participaram de algum modo do CD, a começar pela vocalista Kali Tourinho, que canta na faixa-título, da qual é co-autora. Também participaram das gravações, entre outros, o poeta Binho (que teve seu "Lero com o Leitor" incluído no CD),  os cantores Gioconda Trivério e Rômulo Oliveira e o músico Vitor Piani, além de Ana Gabriela e Hugo Pereira, integrantes da banda Jamrock. A capa é um trabalho do designer paulista Leandro Carvalheira, sobre foto de autoria de Ronaldo Nina. 

Além de "Bem que Podia", o disco inclui dois poemas de Amadio já musicados: "Vê se Vê", parceria com Giovani Viecilli, e "A Reta, a Curva e os Bairros da Cidade", parceria com Thiago Maziero.  No total, o CD tem 13 faixas, incluindo uma vinheta em que Amadio interpreta um hai kai de Eliakin Rufino e uma faixa-bônus, "Sobre o Acaso", fonograma que abre o primeiro CD de Kali e os Kalhordas, ...Quando a Primavera Chega, lançado em 2012.

Foi a proximidade de Amadio com a banda Kalhordas que fez com que a artista e seu produtor Fabio Gomes optassem, ao buscar um público mais amplo para sua arte, por fazer um CD e não um livro, como seria o mais comum. "Há hoje um bom público interessado em ouvir poesia em saraus e recitais", revela Fabio Gomes. "Só em São Paulo, onde Amadio mora desde maio, se estimam em centenas os eventos semanais dedicados à poesia falada". Evidentemente, não se descarta a ideia de publicar os poemas de Amadio em livro. "Mas isto não deve acontecer antes do final do ano que vem, até lá nossa prioridade é trabalhar o CD".

A finalização e prensagem do CD devem ser viabilizados através de uma campanha de financiamento colaborativo, a ser anunciada em breve. O disco será lançado pelo selo do Som do Norte, do qual Poeta Amadio é artista exclusiva.

Acompanhe notícias da Poeta Amadio e leia seus poemas aqui no blog

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Eu queria um João

Inspirado em João Guimarães Rosa


Eu queria um João 
não qualquer João
mas ele é quem fala desse
feito quem bem conhece

É aquele que vem com rosa 
desde o nome, um Guimarães
Ele engole e depois invade
                         [E na cabeça passeia]
em formato de um grande coração
daquele que sente tudo
e vê nas gesticulações

Ah João se tu apareces um dia
sei lá o que faria
talvez voltasse a ser criança
meus olhos  aflorados pediriam 
para irmos ao buriti grande

Só tu mesmo para trazer novamente
a lembrança de gente velha
que ainda mora, visita os sonhos
traz o cheiro teu falar

Deito pra te ver 
caindo em letras
e pelos olhos que se abrem
vem mostrando a vida

Ah, João, como queria
que tu visse na cozinha
as minhas meninas rindo alto
aquele cheiro de mulher bonita cozinhando

Tu bem gostarias de ficar ali, comigo
e para onde fosse não mais esquecer
lembrando as tuas mulheres 
dos sertões nossas rainhas

Saio para te buscar num sebo
posso ler nas bibliotecas
para a criançada ficar de boca aberta
bom fruto da vida plantar
teu lugar corações puros

Ver tu indo em outros, abrindo mundos
logo se aprende contigo a descobrir
encantamento vem pelo que fala
pela boca de outros que tu mesmo criou

O sorriso abre, inspira a vida
viver cada pedacinho dela
de ter nela João mostrando muito
para muitos aparecer

  Amadio

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Rilke que me perdoe

Livremente inspirado no livro Cardume, de Carlos Moreira


Rilke que me perdoe
mas esse poema falará de amor
E dentro dele as palavras
levarão sempre ao encontro
do que tem mesmo sentido
Entrei dentro do Cardume, vi Carlos
me vi denunciada,
sai, de dentro de mim
e pela rua singela que
esconde  no seu fundo; irmãozinhos!
pondo  fogo na pedra
que acharam no caminho
e agora só querem
para eles e mais.
É maninho, Babilônia!
Pouco menos de onde eu te vi nascer
Gente boa tem em todo canto
tem uns  que abraçam muito
outros nem tanto
Mas o que é, prevalece.
E não se permite que se façam confundir
vem feito certeza como aquela
que estampava no rosto ao me ver entrar
já sabendo ou deduzindo o que seria
Não por tanto tempo assim
Ao que se demora o de  lembrar
como é sempre forte saber
que existem  tais espíritos.
Já dizia um homem bigodudo
que tinha lido tudo e talvez ainda
o que virá existir
morreu louco após
deixar as chaves
para abrirmos portas
e falar livremente
do espirito livre, pode ser e é
me influenciam,
explanam meu entender
  e dum jeito, bem  percebi;
o fim não mente,
agora, também pra mim.


Amadio


quinta-feira, 9 de maio de 2013

Mangueira

Olhando pra cima é inconfundível a tua grandeza
Teus braços me cobrem, sombra fresca
Folhas secas fazem chuva e caem
por cima do corpo ensinando
desde o principio do seu existir
Eu me lembro, tu, fruto delicioso
que chupei até o caroço
e depois de sair da minha boca
eu e tu, um novo gosto
E desejada, a semente com carinho foi plantada
aguardando tu bem forte vir
para poder suspender outros espíritos no ar
Se embalam no balanço bom da rede
para refrescar a concentração
que se pede para perdurar teu instante
uma árvore, sempre bela nunca se faz calar
Eu escalo em teus galhos e sem precisar tocar os pés
me equilibro, na tua flor mais nova
para olhar o que vem
E vem!
Se aproximando, engolindo qualquer pranto
os homens ainda se enganam
e faz nascer as barreiras, mais um muro  
e se fez morrer outra natureza
O machado cantava uma dor
e quem te viu cair por terra viveu um desconsolo.
Ainda é decidido por tirar a vida do que mantê-la
Um ser vivo se preparando para novos frutos florescer
rompeu-se um elo, sentiu-se um impacto no ar
Eu te abraço, força tua vem pra mim
Minha força em ti é absorvida
uma soma que se iguala a um poema
que outras bocas irão clamar em vários tons
E quem te escolher semente, fazer ninho para vir
verás brotar uma rainha, bem nova
e sua natureza indomável mais uma vez reinará. 

Amadio

terça-feira, 16 de abril de 2013

Dia Meu


Hoje acordei cedo para passear
pelo dia meu;
esquecer a  agonia
que querem me impor,
como se eu me importasse,
como se eu não soubesse esquecer.
Então, eu visito amigos no pensamento,
entrego flores para minhas margaridas,
converso horas com meus amigos imaginários
que desenhei precisamente
e os que  existem
e ainda  não tive oportunidade de conhecer,
pelo fato de não estarem na mesma atmosfera que eu;
mas eu  apareço, abro a  janela de suas casas,
tomo um suco olhando  o rio, pôr-do-sol, brisa leve, passarinhos...
Enquanto a risada mais escrachada possível
explode  na minha frente.
A gente escolhe a estrada,
desenha o destino que deseja
e se prepara para outros,
por que nunca se sabe até onde seu passo pode chegar.
Então, eu imagino a melodia,
minhas palavras dançando na boca
de quem me deseja cantar.
Nasceu o sorriso,
um poema brotou,
o protesto me espera.
hora de seguir mais um dia real
já imaginado,
até me alcançar. 

Amadio

terça-feira, 26 de março de 2013

Cochicho dos Cupins



Chegou o aviso pela boca da mulher parida
era aquilo que não foi dito
                                                             [o cochicho dos cupins foi confirmado]
tornou-se imediatamente o ponto que decidia
e a metáfora que vinha
regia a meta  tão fora
 do que não desaparecia
inacreditavelmente para confiar
antes, o descrer tão atrevido. Exato. Destina-se
pronto para dançar
 acenda a lamparina
e a sorte de viver o momento
de saber como se sente uma Frida
 à flor bela espanca  em  Cecília.
A saliva amarga desce lentamente
pela garganta regando e corroendo
 o calo seco que nem mais doía
só mesmo outro encanto para libertar
 o passo guardado
outro papel não caberia
nem precisou ouvir a voz
e mesmo forçando o olho espremido
 um pingo sequer se via
também disso não mais precisa
optando pela passagem difícil
o coração foi devolvido, no seu lugar
 agora, não mais se traía.


Amadio

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Ikebana



Em meus  cabelos  entram trançando
tuas  mãos menina
na minha cabeça sinto os dedos
que desembaraçam fio por fio
dentro da  cabeça  delas
a  busca permanente pela palavra
que mostre ritmada
o momento da poesia
 e ao fazer a  arte do  trançado
que transforma a cabeleira
em cordas menina
pode nelas se pendurar
escorregar  até pousar
 em uma nova ideia
desbrava meu passo
enquanto eu   te olho pelas estrelas
que  moram na minha nuca
deslumbram-se todos
quando finaliza o laço
 a troca  do abraço
sigo pelo dia e  tu na minha cabeça 
trança
o caminho das  flores
eu carrego  nele  teu encantar.

Amadio

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Diário da Amazônia repercute a temporada de Amadio em Roraima

O jornal Diário da Amazônia, de Porto Velho, publicou na edição conjunta de 17 e 18 de fevereiro a reportagem "Gabi Amadio, poesias e noites em Roraima", assinada por Analton Alves, que aborda a temporada da poeta rondoniense em Boa Vista. O poema designado no texto como "Madrugada" foi publicado aqui no blog como "O dia amanheceu de madrugada". O texto citado no item "No palco" é de autoria do músico e produtor cultural Victor Matheus; intitulado "Arte dos nobres e marginais', foi publicado na Folha de Boa Vista em 25 de janeiro.

***

Gabi Amadio, poesias e noites em Roraima


Thiago Maziero, Gabi Amadio e 
Kali Tourinho no evento Entre Nós - 2012

A força poética de Gabi Amadio está “violando janelas de outras paragens”. Em Boa Vista, Roraima, há menos de dois meses, a poetisa tem encantado o público preferencial de bares noturnos, casas de ambientações culturais e “quintais literários”. A temporada de Gabi se estende até o início de março quando ela retorna à Rondônia com novidades na bagagem. Dentre as apresentações recentes, Terças Poéticas, evento produzido e conduzido pelo poeta e músico Eliakin Rufino na Casa do Neuber.

A poetisa Gabi Amadio, antes de seguir para Roraima, concluiu trabalhos importantes em Porto Velho. Em um destes, no Sesc, deixou sua sonoridade em performances poéticas bem afinadas diante de show de encerramento do Sesc, “Entre Nós”. Para o jornalista crítico Zékatraca, a poetisa Gabi Amadio fervilhava sua crônica psicodélica.

No palco

“Hoje vivenciamos em Roraima, especialmente em Boa Vista um afloramento cultural em todas as vertentes, sendo a Poesia, a caçula dessa explosão das expressões artísticas produzidas pelo homem. Se há pouco tempo eventos de poesia eram raros em nossa cidade, hoje podemos ter orgasmos múltiplos e gozar do privilégio de degustarmos esta nobre e “marginal” arte semanalmente”. O texto abre reportagem de site em Boa Vista que trata da apresentação de Gabi Amadio, convidada do também poeta Eliakin Rufino. A temporada de seis semana, na Casa do Neuber, com as Terças Poéticas, tem inserido Gabi Amadio a um sincretismo poetico opulento. E tem sido abundante também a generosidade da poetisa que, está mais produtiva nesta temporada.

Resenha

Gabi Amadio sustenta versos crisálidos de uma vocação para o sensorial. Como defendeu o também poeta Mancílio Ribalto, os textos da poetisa são de uma “coloração agressiva com nuanças para vermelho encarnado”. Isso, para cogitar as pegadas ardentes de poemas que falam de um amor destemperado mas, figurativo das questões do eu interior. Gabi faz versos inquietos e fala de um sorriso que violenta olhares e contraria o silêncio dos instantes. É como se as madrugadas deixassem o tom das delicadezas para compelir os prazeres dos noturnos amantes.

Nela, tudo tem um amor declarado. Porém, sofisticado o suficiente para não se fazer entender diretamente. No poema apresentado nesta análise, “Madrugada”, as marcas de uma subjetivação que olha para a face do próprio poeta. Gabi, no texto, se alimenta da própria sonoridade poética para tecer frases certas de incertezas marcantes. E fala das “mais belas declarações de amor” dentro de um obséquio de desejo da carne.


Apresentação no Sarau Cultural Do Quintal

As “Terças Poéticas” ganharam bem a cara da poetisa Gabi Amadio em Boa Vista, Roraima. O evento acontece uma vez por mês e reune os seletos amantes da poesia. Promovido pelo Coletivo Arte Literatura Caimbé, com apoio do Espaço DoQuintal, tem como principal objetivo a disseminação dessa arte.

A temporada de Gabi também registrou sua presença no Espaço Cultural Malokômbia, no bairro Santa Cecília. Sem tirar, nem põr, a artista tem feito presença e, marcadamente, deixou seu bilhete nas principais rodas poéticas roraimenses. A boa receptividade foi fundamental, segundo Gabi, para que seu desempenho fosse consideravelmente bom. Uma novidade no retorno da poetisa a Rondônia diz respeito à gravação de seu primeiro CD. Ele está sendo produzido no Parixara, por Fabio Gomes. Tem participação especial da violonista Gabi, da banda Jamrock. Também outros acontecimentos devem tornar a bagagem de Gabi mais pesada.

Companhia

Elakin Rufino é um dos maiores nomes da cultura da Amazônia. Poeta, compositor, cantor, escritor, jornalista, professor, lançou em 2011 o CD “Eliakin Diz” e o livro “Cavalo Selvagem”, uma visão de conjunto sobre sua obra poética, abrangendo desde seu volume de estreia, “Pássaros Ariscos”, de 1984, o primeiro livro de poesia editado em Roraima. No mesmo ano, ao lado de Neuber Uchôa e Zeca Preto, lança o movimento Roraimeira, que contribui para a construção da identidade cultural do povo roraimense, com importantes repercussões nas artes plásticas, culinária, literatura, dança, fotografia e música. Tem composições gravadas por artistas como Gaby Amarantos, Leila Pinheiro, Chico César, Nilson Chaves, Lucinha Bastos e Eliana Printes.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Novidades da agenda de Amadio em Boa Vista

 
A temporada da poeta Amadio em Boa Vista aproxima-se do final. Amanhã ela será a convidada do Sarau Cultural DoQuintal, promoção do Estúdio Parixara no Espaço DoQuintal (Av. Presidente Castelo Branco, 2266, bairro São Vicente), a partir das 20h. Antes, às 19h, a artista concede entrevista para a programação local da TV Amazon Sat.

Outra novidade é a mudança de local das Terças Poéticas, produzidas e conduzidas por Eliakin Rufino, que desde o começo de janeiro vêm tendo a participação constante de Amadio. O evento, antes realizado na Casa do Neuber, irá acontecer nas próximas terças 19 e 26 de fevereiro no Espaço Cultural Malokômbia (Rua Noel Rosa esquina com Rua Cássia Eller, bairro Santa Cecília). 

Além destas apresentações, a poeta está gravando no Parixara seu primeiro CD, produzido por Fabio Gomes e com participação especial da violonista Gabi, da banda Jamrock. 

domingo, 27 de janeiro de 2013

Estada de Amadio em Roraima repercute nos meios de comunicação


A foto acima foi publicada no Facebook pela Rádio Tropical (Boa Vista) na quinta, 24, registrando o momento da entrevista da poeta Amadio à emissora, dois dias antes, para divulgar mais uma edição das Terças Poéticas. O evento, produzido e conduzido pelo poeta Eliakin Rufino e realizado semanalmente na Casa do Neuber, tem Amadio como convidada fixa até o final de fevereiro. 

Ao lado, outra foto da visita de Amadio à emissora. Aparecem também: à esquerda, a radialista Consuelo Oliveira, apresentadora do programa 30 Minutos, e o músico e produtor Victor Matheus.

Também na quinta, Victor Matheus publicou em seu blog Roraimarocknroll um texto em que analisa o atual florescer das artes em Roraima, destacando a presença da poeta rondoniense por lá: 

"Hoje vivenciamos em Roraima, especialmente em Boa Vista um afloramento cultural em todas as vertentes, sendo a POESIA, a caçula dessa explosão das expressões artísticas produzidas pelo homem... Se há pouco tempo atrás eventos de poesia eram raros em nossa cidade, hoje podemos ter orgasmos múltiplos e gozar do privilégio de degustarmos esta nobre e “marginal” arte semanalmente.

Os poetas ELIAKIN RUFINO e GABI AMADIO fazem uma temporada de 6 semanas na CASA DO NEUBER, com as TERÇAS POÉTICAS, evento que visa promover a poesia roraimense, com palco aberto a todos os artistas interessados e ao público que degusta este tipo de arte refinada...

Eliakin Rufino, Gabi Amadio e Vitor Piani 
nas Terças Poéticas da Casa do Neuber

Temos também mensalmente, o SARAU DO QUINTAL, evento promovido pelo COLETIVO ARTE LITERATURA CAIMBÉ, com apoio do ESPAÇO DOQUINTAL, que tal qual as TERÇAS POÉTICAS, tem como principal objetivo proporcionar ao público roraimense o contato com a POESIA e LITERATURA."

domingo, 20 de janeiro de 2013

Agenda: Terças Poéticas em Boa Vista


Estreou com sucesso na Casa do Neuber terça passada, 15 de janeiro, o evento Terças Poéticas, produzido pelo poeta Eliakin Rufino, que apresenta músicas e poemas de sua autoria, tendo como convidada fixa a poeta Amadio, de Porto Velho. Amadio lê poemas seus e de autores como Mario Quintana e Francisco Alvim. Toda semana haverá também outros convidados: na estreia foi o compositor Armando de Paula, roraimense radicado em Manaus. Nesta próxima terça, dia 22, é a vez da cantora Euterpe.

Elakin Rufino é um dos maiores nomes da cultura da Amazônia. Poeta, compositor, cantor, escritor, jornalista, professor, lançou em 2011 o CD Eliakin Diz (http://musicadonorte.blogspot.com.br/2011/12/disco-do-mes-eliakin-diz.html) e o livro Cavalo Selvagem, uma visão de conjunto sobre sua obra poética, abrangendo desde seu volume de estreia, Pássaros Ariscos, de 1984, o primeiro livro de poesia editado em Roraima. No mesmo ano, ao lado de Neuber Uchôa e Zeca Preto, lança o movimento Roraimeira, que contribui para a construção da identidade cultural do povo roraimense, com importantes repercussões nas artes plásticas, culinária, literatura, dança, fotografia e música. Tem composições gravadas por artistas como Gaby Amarantos, Leila Pinheiro, Chico César, Nilson Chaves, Lucinha Bastos e Eliana Printes.

Amadio começou a escrever poemas aos 16 anos, e seu exercício da escrita passou a se intensificar aos 20, amadurecendo a partir de seu maior contato com a literatura. "Escrever pra mim foi primeiramente uma necessidade de expor sentimentos, ideias e a forma que vejo o mundo e as coisas que o compõem e que de algum jeito refletem em mim", afirma. A artista atualmente grava em Boa Vista seu primeiro CD de poemas. 

A convidada da semana, Euterpe, teve seu primeiro CD, Batida Brasileira, de 2009, destacado nacionalmente. Em 2010, apresentou o repertório do CD em turnê do projeto SESC Amazônia das Artes, com shows em estados da região Norte e também no Rio de Janeiro. No ano passado, fez participação especial em show da cantora Leila Pinheiro no Rio de Janeiro, além de cantar ao lado da amazonense Elisa Maia nos festivais Até o Tucupi (Manaus) e Tomarrock (Boa Vista). Atualmente, prepara a gravação de seu segundo disco.

SERVIÇO

Terças Poéticas
com Eliakin Rufino e convidados
Casa do Neuber (Av. Ville Roy, 8228 - São Vicente, Boa Vista)
Fone: 95-3626-9753
terças, 21h, até 26/2

sábado, 19 de janeiro de 2013

Veja Amadio na estreia das Terças Poéticas

O blog Roraimarocknroll publicou hoje na seção "WebTV" a matéria Semana Poética em Boa Vista, com a cobertura em vídeo de dois eventos: a estreia das Terças Poéticas, na Casa do Neuber, e a segunda edição do Sarau DoQuintal, no Espaço DoQuintal. O post completo pode ser conferido em http://www.roraimarocknroll.blogspot.com.br/2013/01/webtv-roraimarocknroll-semana-poetica.html

Destacamos aqui o vídeo das Terças Poéticas, evento que reúne os poetas Eliakin Rufino, de Boa Vista, e Amadio, de Porto Velho, que até o final de fevereiro irão receber vários convidados toda semana para compartilhar momentos de poemas e canções. Amadio abre o vídeo lendo o poema "Emergência", de Mario Quintana, fazendo uma introdução para o canto de Eliakin. 


quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Amadio no nº 18 da revista Expressões


O nº 18 da revista Expressões, de Porto Velho, traz um poema de Amadio em parceria com Thiago Maziero (um dos integrantes da banda Kali & Os Kalhordas), intitulado "Uma Volta", que você lê no post abaixo. 

Amadio também é a primeira citada entre vários poetas de Porto Velho no ensaio "A Poesia e a Mercadoria na Sociedade Moderna", de Rafael Andrade, também publicado nesta edição.

A revista pode ser lida online no Google Docs e no Scribd (onde também há o link para baixá-la em arquivo PDF). 


Uma Volta


Olhando o céu
não sei até onde vão as casas,
as ruas da cidade,
já nem sei quem vai passar...
São tantos carros, motos, ruas, avenidas,
olha o bairro do Mucambo
“peraí” sinal vermelho...
olho de um lado para o outro pra cruzar

tá verde, toco reto
depois viro à esquerda…
acelero, estou na praça
vou subindo essa ladeira

de um lado para outro
vejo gente acumulando nas esquinas
em meio ao fim da tarde,
carros lentos,
a Av. 7 de Setembro
parece mais comprida

bancos, contratos, cobertor, dvd,
pneu, retrato, cabo, pilha, apontador
buzina, carro, pedestre, cachorro quente e a Dullin’
Muvuca, cinzeiro,
pente, bala, corrente,
kombi, bomba,
camelô vende filme em meio a um monte de gente

onde as moças na calçada
fazem da vitrine, espelho...
a moto passa raspando no busão
em frente à Toca do Coelho…

olhando o pôr do sol
e até onde vão as retas,
as curvas, os bairros da cidade,
daqui miro um belo rio

Olhando bem em frente
vem o tempo e muda tudo
as comportas são abertas,
será que o barranco aguenta a força
desse imenso rio?!

- Ó, nós aqui…
beraderos e as suas casas
- Ó, nós aqui…
banzeiro corre e as palafitas são levadas

De um lado para o outro, urgentemente,
as dragas servindo de cortinas…
- E não tem pedra, muro, desvio ou lamento
o rio come por baixo e não por cima…

Thiago Maziero e Amadio
* Publicado na revista Expressões (Porto Velho), nº 18

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Amadio em Boa Vista

Amadio chegou a Boa Vista na noite do último dia 8 para concluir no Estúdio Parixara as gravações de seu primeiro CD de poemas, intitulado Variando. As vozes guias e algumas bases já foram gravadas no estúdio de Luís Paulo Pinheiro, integrante da banda Kali e os Kalhordas, em Porto Velho. O CD é uma iniciativa do jornalista Fabio Gomes, produtor de Amadio, e ainda não tem data confirmada para lançamento.

Durante os meses de janeiro e fevereiro, participa como convidada fixa das Terças Poéticas de Eliakin Rufino, na Casa do Neuber. 

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

O dia amanheceu de madrugada


O dia amanheceu de madrugada
As minhas inquietudes voltaram a me fazer sorrir,
 um sorriso contrário meio virado
Até me parecia uma dor, mas essa eu já senti.
E quando vem é violenta e azul-turquesa.
Preciso de um poeta
Como não tenho nenhum na minha janela
Trago a vida para o poeta que existe em mim
Assim eu posso me lembrar que lá longe
Eu tenho alguém que me faz sorrir
E mesmo as estações  vão se passando
mudando o colorido dos dias
A lembrança dos gestos me faz esperar
Às vezes pesa,   a conversa se aquieta, o silêncio perdura
 transformando os segundos
Em horas pesadas demais
Mas se não houver o silêncio, a fala, as risadas, os protestos, os carinhos,
Os olhos não descansam em paz.
É por isso que eu insisto,
 eu quero pra sempre te designar as minhas delicadezas,
e é da sua boca
Que quero ouvir
as mais belas declarações  de amor,
E podermos desejar que logo achegue o perto
Pra gente alimentar o desejo da carne
Nos marcando com a certeza de que realmente
Juntos, somos um só
feito de amor.

Amadio