quinta-feira, 9 de maio de 2013

Mangueira

Olhando pra cima é inconfundível a tua grandeza
Teus braços me cobrem, sombra fresca
Folhas secas fazem chuva e caem
por cima do corpo ensinando
desde o principio do seu existir
Eu me lembro, tu, fruto delicioso
que chupei até o caroço
e depois de sair da minha boca
eu e tu, um novo gosto
E desejada, a semente com carinho foi plantada
aguardando tu bem forte vir
para poder suspender outros espíritos no ar
Se embalam no balanço bom da rede
para refrescar a concentração
que se pede para perdurar teu instante
uma árvore, sempre bela nunca se faz calar
Eu escalo em teus galhos e sem precisar tocar os pés
me equilibro, na tua flor mais nova
para olhar o que vem
E vem!
Se aproximando, engolindo qualquer pranto
os homens ainda se enganam
e faz nascer as barreiras, mais um muro  
e se fez morrer outra natureza
O machado cantava uma dor
e quem te viu cair por terra viveu um desconsolo.
Ainda é decidido por tirar a vida do que mantê-la
Um ser vivo se preparando para novos frutos florescer
rompeu-se um elo, sentiu-se um impacto no ar
Eu te abraço, força tua vem pra mim
Minha força em ti é absorvida
uma soma que se iguala a um poema
que outras bocas irão clamar em vários tons
E quem te escolher semente, fazer ninho para vir
verás brotar uma rainha, bem nova
e sua natureza indomável mais uma vez reinará. 

Amadio