terça-feira, 18 de setembro de 2012

O silêncio de cada coisa que falava

Invadiu o peito
O silêncio de cada coisa
Que falava;
Vivem conversando um com outro
O coração e a mente,
cada um tem seus argumentos
e  eu de telespectador  do meu eu.
O coração implora, a razão explica calmamente
que há caminhos di-versos
E por aí que ando seguindo.
E vou vendo os rostos sorridentes colados nos carros
e tropeço em folhetos sem poesia,
e de repente eu vejo uma formiguinha
indo ao encontro de outras,
vão em bando,
Todas uniformizadas,
 escondem os olhos em baixo
 da pequena sombra de seus bonés,
e fazendo seu repetitivo  trabalho,
 sem acreditar que seria possível um dia
existir um mundo que não permitisse
pessoas  se tornarem formigas,
Que os folhetos tivessem poesia,
que meu sorriso pudesse vir para outra beleza.
Minha mente não mente para mim
e consola o moço que, como eu,
às vezes quase que se sente amaldiçoado
Por ver os gestos, dentro dos gestos, escondidos,  não pra mim.
Trocam o abraço amigo, seguindo, cada um no seu sentido
Proclamam o que já viram
É possível ser cada um o universo.

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