O jornal Diário da Amazônia, de Porto Velho, publicou na edição conjunta de 17 e 18 de fevereiro a reportagem "Gabi Amadio, poesias e noites em Roraima", assinada por Analton Alves, que aborda a temporada da poeta rondoniense em Boa Vista. O poema designado no texto como "Madrugada" foi publicado aqui no blog como "O dia amanheceu de madrugada". O texto citado no item "No palco" é de autoria do músico e produtor cultural Victor Matheus; intitulado "Arte dos nobres e marginais', foi publicado na Folha de Boa Vista em 25 de janeiro.
***
Gabi Amadio, poesias e noites em Roraima
Thiago Maziero, Gabi Amadio e
Kali Tourinho no evento Entre Nós - 2012
Kali Tourinho no evento Entre Nós - 2012
A força poética de Gabi Amadio está “violando janelas de outras paragens”. Em Boa Vista, Roraima, há menos de dois meses, a poetisa tem encantado o público preferencial de bares noturnos, casas de ambientações culturais e “quintais literários”. A temporada de Gabi se estende até o início de março quando ela retorna à Rondônia com novidades na bagagem. Dentre as apresentações recentes, Terças Poéticas, evento produzido e conduzido pelo poeta e músico Eliakin Rufino na Casa do Neuber.
A poetisa Gabi Amadio, antes de seguir para Roraima, concluiu trabalhos importantes em Porto Velho. Em um destes, no Sesc, deixou sua sonoridade em performances poéticas bem afinadas diante de show de encerramento do Sesc, “Entre Nós”. Para o jornalista crítico Zékatraca, a poetisa Gabi Amadio fervilhava sua crônica psicodélica.
No palco
“Hoje vivenciamos em Roraima, especialmente em Boa Vista um afloramento cultural em todas as vertentes, sendo a Poesia, a caçula dessa explosão das expressões artísticas produzidas pelo homem. Se há pouco tempo eventos de poesia eram raros em nossa cidade, hoje podemos ter orgasmos múltiplos e gozar do privilégio de degustarmos esta nobre e “marginal” arte semanalmente”. O texto abre reportagem de site em Boa Vista que trata da apresentação de Gabi Amadio, convidada do também poeta Eliakin Rufino. A temporada de seis semana, na Casa do Neuber, com as Terças Poéticas, tem inserido Gabi Amadio a um sincretismo poetico opulento. E tem sido abundante também a generosidade da poetisa que, está mais produtiva nesta temporada.
Resenha
Gabi Amadio sustenta versos crisálidos de uma vocação para o sensorial. Como defendeu o também poeta Mancílio Ribalto, os textos da poetisa são de uma “coloração agressiva com nuanças para vermelho encarnado”. Isso, para cogitar as pegadas ardentes de poemas que falam de um amor destemperado mas, figurativo das questões do eu interior. Gabi faz versos inquietos e fala de um sorriso que violenta olhares e contraria o silêncio dos instantes. É como se as madrugadas deixassem o tom das delicadezas para compelir os prazeres dos noturnos amantes.
Nela, tudo tem um amor declarado. Porém, sofisticado o suficiente para não se fazer entender diretamente. No poema apresentado nesta análise, “Madrugada”, as marcas de uma subjetivação que olha para a face do próprio poeta. Gabi, no texto, se alimenta da própria sonoridade poética para tecer frases certas de incertezas marcantes. E fala das “mais belas declarações de amor” dentro de um obséquio de desejo da carne.
--> Leia o poema O dia amanheceu de madrugada
Apresentação no Sarau Cultural Do Quintal
As “Terças Poéticas” ganharam bem a cara da poetisa Gabi Amadio em Boa Vista, Roraima. O evento acontece uma vez por mês e reune os seletos amantes da poesia. Promovido pelo Coletivo Arte Literatura Caimbé, com apoio do Espaço DoQuintal, tem como principal objetivo a disseminação dessa arte.
A temporada de Gabi também registrou sua presença no Espaço Cultural Malokômbia, no bairro Santa Cecília. Sem tirar, nem põr, a artista tem feito presença e, marcadamente, deixou seu bilhete nas principais rodas poéticas roraimenses. A boa receptividade foi fundamental, segundo Gabi, para que seu desempenho fosse consideravelmente bom. Uma novidade no retorno da poetisa a Rondônia diz respeito à gravação de seu primeiro CD. Ele está sendo produzido no Parixara, por Fabio Gomes. Tem participação especial da violonista Gabi, da banda Jamrock. Também outros acontecimentos devem tornar a bagagem de Gabi mais pesada.
Companhia
Elakin Rufino é um dos maiores nomes da cultura da Amazônia. Poeta, compositor, cantor, escritor, jornalista, professor, lançou em 2011 o CD “Eliakin Diz” e o livro “Cavalo Selvagem”, uma visão de conjunto sobre sua obra poética, abrangendo desde seu volume de estreia, “Pássaros Ariscos”, de 1984, o primeiro livro de poesia editado em Roraima. No mesmo ano, ao lado de Neuber Uchôa e Zeca Preto, lança o movimento Roraimeira, que contribui para a construção da identidade cultural do povo roraimense, com importantes repercussões nas artes plásticas, culinária, literatura, dança, fotografia e música. Tem composições gravadas por artistas como Gaby Amarantos, Leila Pinheiro, Chico César, Nilson Chaves, Lucinha Bastos e Eliana Printes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário