Eram
gêmeos, pelo menos era o que se mostrava aos olhos todos.
Quase
idênticos, se não fosse os pontos e as vírgulas que bailam diferentes, muitas
vezes se encontrando, se fazendo igualar.
Um
pede o peito, o outro a mama
E
um Eu de tão grande re-partiu-se.
Não
se desgrudam, por ora só se suportam
diferentes
ideias, mas uns gostos se refletem
se
demora a chegar perto, dói o peito de
lembrar.
Fora
dele tem um outro que desfila por aí
disfarçado
dele que quase se confunde;
pensa
o mesmo e encabulado quase enjoa de olhar
a parte sua mais perfeita que se fez duplicar.
De
um milagre, duas lluuzz.
São
dos astros e quem surgiu em sua guia
divide
um só corpo para dois.
Quase
o mesmo, mas nem tanto, nem tão pouco.
Algumas
histórias são as mesmas
só
ecoam em horas diferentes
já
cansadas de impressionar
e
a coincidência disfarçado de acaso
cria
caso do imaginar.
E
quando fecham os olhos, e conseguem se desconectar
em
outra cama, outro teto a lhes cobrir;
sonham quando se formavam, apertados,
tão
juntinhos se abraçavam e cochichavam baixinho;
-
Minha parte, parte minha!
Há promessa, o aconchego jamais poderão negar.
E
desde então, quando duas almas se encontram
e
se desejam sem parar, quase únicas,
se
transformam em almas gêmeas,
e quem ousa
separar?